Comportamento e Cultura Material
Comportamento e Cultura Material
Daniel Miller, 2009.
Antropologia visual é uma metodologia de pesquisa que visa retratar comportamentos, atitudes e estilos de vida a partir do estudo de objetos, espaços e tudo aquilo que compõe o universo visual e material das pessoas. Seu principal objetivo é investigar os códigos e signos visuais que configuram à rede de significados que orienta nosso comportamento e auxilia na construção de nossa identidade.
Sob a ótica da antropologia visual, as marcas deixam de ser players que concorrem entre si e passam a ser observadas a partir do valor afetivo e cultural que adquirem ao serem introduzidas no cotidiano das pessoas.
como museu autobiográfico
como museu autobiográfico
Gaston Bachelar, 1989
Nossa casa representa os bastidores de nossa vida. Lugar de retiro e privacidade que reúne em um só lugar resquícios de quem fomos, evidências do que somos, e indícios de quem desejamos ser. Mais do que um abrigo, é um museu autobiográfico onde damos forma a tudo aquilo que nos faz sermos o que somos.
Nesta espaço, buscamos entender como marcas, produtos e serviços participam do cotidiano das pessoas, ajudam a dar forma a seu espaço e servem de pano de fundo para que contem suas histórias, revelando hábitos, preferencias e estilos.
Estudar o inventário pessoal de alguém nos ajuda a entender o sistema social e simbólico que rege suas escolhas e determina seu comportamento
Agrupar e rearranjar objetos a partir de filtros e conceitos serve para mapear hábitos, rotinas e critérios de escolha, além de revelar relações de causa, efeito, simetria e/ou similaridade
As lógicas contidas na construção de um espaço estão diretamente ligadas à forma como percebemos o mundo e trazemos sentido a ele. Entender estas estruturas é fundamental para se inserir neste ambiente.
como plataforma de encontros, coletividade e imprevisibilidade
como plataforma de encontros, coletividade e imprevisibilidade
Andre Breton, 1924.
A cidade é a chave que conecta nossas experiências, um ambiente fundamental para a construção de nosso ideário social. É nesse espaço que trazemos a tona uma versão coerente e racional de nós. Escolhemos nossas roupas, adornamos nosso corpo e controlamos nossas maneiras e manias para ao mesmo tempo causar uma impressão, manter nossa identidade e se enquadrar ao contexto.
No espaço público é possível entender como marcas, produtos e serviços nos ajudam a compor um estilo e construir nossa identidade social, servindo como simbolos e ícones que ajudam a nos associar ou diferenciar coletivamente.
A forma como nos vestimos é cheia de códigos visuais capazes de revelar identidade social e posições pessoais, estabelecer significados e declarar status.
Os padrões culturais funcionam como filtros para separar exceções e projeções daquilo que é costumeiro, cotidiano, identitário e cultural.
Cultura é fruto de uma construção coletiva e, ao mesmo tempo, individual. Dessa ressonância entre indivíduo e sociedade, surgem subgrupos e novos comportamentos